Site Meter Sem Salto Alto: 06/05/2007 - 13/05/2007

segunda-feira, maio 07, 2007

Se torcida não ganha jogo...

"A nossa torcida foi uma decepção, uma vergonha. Uma das grandes razões da derrota, independente do juiz e do bandeira, foi o não comparecimento do nosso torcedor. Se ele não nos ajudar, não ganhamos a Copa do Brasil, que é uma guerra. A torcida tem de dizer presente e prestigiar, o que ela não tem feito’. Depois do Bebeto de Freitas, foi a vez de Carlos Augusto Montenegro, vice-presidente de futebol alvinegro. Eu dizia num dos posts anteriores que os torcedores do Flamengo tem méritos por não acreditar no chavão “torcida não ganha jogo”. Só que nesta segunda, pelo que vi nas ruas, pelo que li e ouvi nos noticiários – incluindo as declarações dos dirigentes botafoguenses – o chavão precisa ser alterado. Porque por tudo que está sendo falado, torcida não ganha jogo, mas pode ajudar a perder.

domingo, maio 06, 2007

Camisa 10, nota dez

O autêntico camisa 10 da Gávea É o camisa 10 da Gávea!
Mais do que o título carioca, a torcida do Flamengo tem outro motivo de comemoração: Renato Augusto. Como há muito tempo não se via, um prata-da-casa veste a camisa 10 sem sentir seu peso e com ela desfila com futebol vistoso e eficiente. Desde Petkovic, herói do tri em 2001, é o primeiro camisa 10 que não faz Zico ficar vermelho (de raiva e vergonha).
Renato Augusto veste a 10 rubro-negra e a 10 rubro-negra veste Renato Augusto. É um casamento que tem tudo para dar certo a médio-prazo. Digo médio-prazo porque, infelizmente, é difícil segurar um talento no futebol brasileiro. Que seja um feliz casamento enquanto dure. Renato Augusto: um camisa 10 nota dez.

Onde está a diferença?

Torcida do Flamengo faz a diferença
Nas arquibancadas do Maracanã, o fator decisivo para o título.
O Botafogo foi melhor nos dois jogos das finais do Campeonato Carioca. “Dos quatro tempos das duas partidas da decisão, o Botafogo foi melhor em três”, declarou Cuca. E ainda assim, o time perdeu o título para o Flamengo. O que fez a diferença a favor do time rubro-negro?
A diferença entre o Flamengo e o Botafogo não se fez dentro de campo. Prova disso é que os três jogos entre as duas equipes terminaram empatados (3 a 3 no 1º turno; 2 a 2 no 1º e 2º jogos das finais). Nos dois últimos, o alvinegro foi melhor a maior parte do tempo (ou dos tempos, como prefere Cuca). O fiel da balança se fez fora do campo: nas arquibancadas, nas cadeiras, na renovada geral. Talvez seja repetitivo falar da torcida do Flamengo e da sua força. É o time mais popular do país, não? Então, vamos reverter um pouco o ângulo, vamos fugir do lugar-comum. Vamos falar da torcida do Botafogo. Sem dúvida, o alvinegro é uma boa equipe, a despeito da falta de grana. Tem jogadores que mantém boa regularidade nos jogos e jogadores que podem fazer a diferença: Dodô, Zé Roberto, Lúcio Flávio. No entanto, chega a final e nas arquibancadas, o que se vê são botafoguenses em número infinitas vezes menor que o número de flamenguistas. Fico imaginando a cabeça dos jogadores de um e outro time quando entram no gramado e olham o estádio. Será que não faz mesmo diferença?
Eu penso que sim e não penso sozinha. Até o presidente do Botafogo, Bebeto de Freitas, reconheceu isso. "Fico triste com a torcida que não comparece para ajudar, principalmente numa decisão. Esse time merece apoio total e irrestrito dos alvinegros. Peço que eles venham em grande número no jogo contra o Atlético-MG, quinta-feira, pela Copa do Brasil”.
O título está na Gávea e alguns vão dizer que não teve nada a ver com os torcedores que foram ao estádio. Há quem possa argumentar com o chavão “torcida não ganha jogo”. Pode ser. Mas bem faz a torcida do Flamengo quando deixa isso de lado e faz questão de acreditar que, se alguma coisa pode fazer a diferença na hora da decisão, é ela.

Os números e o futebol

Toda transmissão é a mesma coisa: estatísticas e mais estatísticas tentando ratificar teorias, atuações, esquemas táticos e problemas técnicos. Herança direta de esportes como o basquete (o tal scout começou a dar as caras aqui com o televisionamento da NBA) e do vôlei. Mas tem uma grande diferença: esses dois esportes podem ser traduzidos em números; peguem um milhão de estatísticas do basquete ou do vôlei e a possibilidade desses números traduzirem o vencedor do jogo é enorme. Mas no futebol não. O futebol não pode exagerar desse recurso. Mas é que todo jogo, o torcedor é metralhado com número disso, scout daquilo, contagem aqui, estatística acolá. E a grande maioria não representa muita coisa. Não acrescenta nada. No entanto, o tempo todo a gente é obrigado números que dizem sei lá o quê, tipo: “o time A marcou 53,6% dos gols na temporada entre os 2 e os 7 minutos do segundo tempo”; “fulano já marcou 4,7% dos gols de pé esquerdo, 90% com o direito, 5% de cabeça e 0,3% de joelho”. Chega! O futebol nunca foi nem será baseado na precisão das Ciências Exatas. Alguém quer uma estatística interessante? Prefiro uma, resultado de uma pesquisa do Laboratório Nacional Los Alamos, Estados Unidos, publicada ano passado. Nela, comprovaram que o futebol é o mais imprevisível dos esportes. Números? Bobagem... No futebol, os únicos números que interessam e realmente fazem diferença são aqueles que estão no placar.


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Esse são os números que fazem diferença no futebol
Um bom exemplo disso é a final do Campeonato Carioca de 2007. Não anotei, mas não tenho dúvidas que os números fariam do Botafogo campeão. Botafogo, aliás, que está há mais de uma dezena de jogos invicto no Maracanã nem perdeu clássicos neste Estadual; marcou gols em todas as partidas que fez no ano – exceto uma (contra o Atlético-MG). O campeão? Foi o Flamengo. Cujo ataque vive aos trancos e barrancos desde a saída do Obina; que tomou uma lavada de um timeco semana passada e que não venceu um clássico sequer no tempo normal no mesmo Campeonato Carioca. No entanto, o número que vale mesmo é o que aparece na foto. Daqui a trinta anos, vão lembrar que o Flamengo é o campeão de 2007 e não que, estatisticamente, o Botafogo merecia levar o caneco.