Site Meter Sem Salto Alto: 18/11/2007 - 25/11/2007

quinta-feira, novembro 22, 2007

Relação patrocinador x patrocinado

Muito interessante o pensamento de Andrés Sanchez, presidente do Corinthians. Ele quer rediscutir a relação do clube alvinegro com os principais patrocinadores (Samsung e Nike). Segundo ele, é preciso melhorar o "relacionamento da parceria como um todo". O todo seria relativo a "atitudes, ações e projetos". Ele falou do Corinthians em particular, mas poderia dizer o mesmo para os clubes brasileiros em geral.

Aqui, a relação entre patrocinador e patrocinado no futebol resume-se ao pagamento de patrocínio e exibição de marca na camisa praticamente. Não são formatadas ações integradas, que usem o clube como uma ferramenta não só de comunicação, mas de relacionamento, de geração de receitas alternativas e fidelização às marcas. Vou discutir o assunto com mais calma em breve. Mas é bom saber que os clubes brasileiros começam a perceber a diferença entre patrocinador e parceiro.

quarta-feira, novembro 21, 2007

Nem Deus salvou a Rainha

Festa croata em Wembley: Inglaterra fora da Euro 2008  Festa croata em Wembley: Inglaterra fora da Euro 2008

Era preciso somente fazer o dever de casa: vencer ou empatar com a já classificada Croácia em Wembley. Esses resultados garantiriam a Inglaterra na fase final da Eurocopa 2008. Os croatas abriram vantagem de dois gols no primeiro tempo. O English Team foi buscar o empate no segundo. Mas recuou e ficou assistindo o adversário jogar, jogar, chegar perto da área, ameaçar. Petric não tinha nada com os problemas ingleses e com um chutaço cruzado despachou os ingleses. A Rússia agradeceu e ficou com a vaga.

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Aliás, entre os classificados, não há nenhum time do Reino Unido. Nem Deus salvou a Rainha na Euro 2008.

Grupo A
Polônia e Portugal

Grupo B
Itália e França

Grupo C
Grécia e Turquia

Grupo D
República Tcheca e Alemanha

Grupo E
Croácia e Rússia

Grupo F
Espanha e Suécia

Grupo G
Romênia e Holanda

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A desclassificação não causa só um abalo na Seleção Inglesa. Uma interessante matéria do “Daily Telegraph” mostra uma previsão das perdas econômicas da eliminação. O prejuízo é estimado em £1 bilhão (aproximadamente R$ 3,6 bilhões), em perdas nos setores de publicidade, apostas, direitos de transmissão e produtos comumente consumidos por torcedores (como a cerveja por exemplo). Clique aqui para ler a matéria.

Foto: AP/Terra

terça-feira, novembro 20, 2007

Alhos e bugalhos

Alhos e bugalhos: bem diferentes, não dá para comparar Alhos e bugalhos: bem diferentes, não dá para comparar

Quem tiver um tempinho, deve ler a “defesa” do sistema de pontos corridos escrita por Fábio Koff, reeleito recentemente presidente do Clube dos 13. A linguagem desnecessariamente rebuscada nem é a pior parte do artigo. Ruim mesmo é comparar a média de público da Copa do Brasil deste ano (que utiliza o chamado sistema “mata-mata”) com a média de público do Brasileirão 2007, como forma de referendar os pontos corridos.

É preciso cautela e coerência nesse tipo de comparação. Primeiro porque Estatística é aquela ciência que, se um sujeito come quatro frangos e o outro come nenhum, a média vai dizer que cada um comeu dois. Segundo, porque para comparar duas coisas matematicamente é preciso que essas duas coisas tenham equivalência. Ou alguém acha válido comparar o desempenho de carro da Stock Car com um da Fórmula 1 e ainda utilizar isso para dizer que um tem mais potência que o outro?

Então, comparar uma competição que tem 64 clubes, escolhidos por critérios não muito evidentes para o consumidor (ou torcedor, se preferir) com outra que reúne os 20 maiores clubes do país não é válido. Ou alguém realmente acredita que uma competição que conta com a Associação Desportiva Senador Guiomard (também “conhecida” como Adesg/AC), Baré/RR, Barras/PI, Olímpico Pirambu/SE Coxim/MS ou Vilavelhense/ES possa realmente ser um sucesso absoluto de público? Então, se o Brasileirão 2007 tem “16.250 torcedores por jogo, e está crescendo, enquanto a Copa do Brasil fechou com 10.663 espectadores por partida” como afirmou Koff, tenho para mim que não foi por causa do sistema de uma competição ou de outra. A diferença escandalosa é que uma delas prima pelo critério técnico – não por acaso chamada de “elite do futebol brasileiro”. A outra parece mais com um instrumento político, da mesma forma que a Arena - partido conservador criado para apoiar o governo ditador aqui no Brasil - fazia. “Onde a Arena vai mal, um time no nacional”.

Sinceramente, Koff, nunca vi um torcedor ir ao estádio para ver “um sistema de pontos corridos”. Torcedor vai ao estádio para ver bons jogos, bons jogadores, bons espetáculos. O mata-mata é emocionante sim. Mas não quando realizado entre times e clubes que já estão mortos há muito tempo. Há meios melhores de defender os pontos corridos. Só não entra na minha cabeça que a defesa misture alhos e bugalhos.
Imagem: Montagem Glaucia Marques

segunda-feira, novembro 19, 2007

Tenha a Santa paciência, Santa Cruz...

A última colocação no Brasileirão de 2006 colocou o Santa Cruz na Série B. Em 2007, com uma rodada de antecedência, o clube pernambucano desceu ainda mais a ladeira. Ano que vem, o Santa Cruz vai encarar a Terceirona. E eis que, após esse desempenho pífio, Édson Nogueira, presidente do Tricolor de PE, resolveu fazer denúncias graves sobre possíveis irregularidades no campeonato.

Nesta segunda(19/11), entregou um dossiê ao Ministério Público e à Federação Pernambucana de Futebol denunciando "extorsão". Segundo ele, "o clube foi extorquido" e pessoas supostamente ligadas à arbitragem pediram dinheiropara arrumar resultados a favor do Tricolor. Parece que há números de contas bancárias e e-mails na documentação reunida e já há quem clame pela anulação da Série B.

Não vou aqui dizer que não há ou não houve manipulação de resultados. Acho que essas coisas surgiram junto com o futebol ou até antes dele, se bobear... O que me espanta é o dirigente que sabe dessas coisas e só resolve jogar no ventilador quando as coisas não saem como o esperado. Na minha terra, o nome disso é conivência. O sobrenome é omissão. Tenha a Santa paciência, Santa Cruz!

O Calcio em inferno-astral

 A violência no futebol não é exclusividade da Itália A violência no futebol não é exclusividade da Itália


Adoro o campeonato italiano: o inglês pode ser o mais valorizado pela TV, o espanhol pode ter os clubes mais ricos, mas se eu tivesse que escolher só um campeonato nacional da Europa para assistir, eu escolhia o da Terra da Bota. Acho que foram os domingos de Show do Esporte na infância, quando a Band começou a transmitir os jogos da Itália (e foi uma época de ouro, com o timaço do Napoli de Careca e Maradona, da Sampdoria do Vialli, do Milan de Gullit e Van Basten, da Internazionale do Klinsmann e do Matthäus etc). Mas o Calcio está num inferno-astral...

Depois do recente escândalo da manipulação de resultados, agora é a violência dos torcedores que mancha o espetáculo. Claro que o problema não é exclusivo da Itália; é que lá (como todo lugar que encara o futebol como um negócio sério) as coisas acabam tomando proporções maiores. Até a Giovanna Melandri, ministra dos Esportes por lá, manifestou-se, dando ao problema ares de questão nacional. E é mesmo... A legítima preocupação das autoridades poderia servir de exemplo aqui no Brasil, onde violentas torcidsas organizadas (?) fazem o que querem - inclusive, matando com dia e hora marcada, em confrontos "pré-agendados" pela internet.