Site Meter Sem Salto Alto: Alhos e bugalhos

terça-feira, novembro 20, 2007

Alhos e bugalhos

Alhos e bugalhos: bem diferentes, não dá para comparar Alhos e bugalhos: bem diferentes, não dá para comparar

Quem tiver um tempinho, deve ler a “defesa” do sistema de pontos corridos escrita por Fábio Koff, reeleito recentemente presidente do Clube dos 13. A linguagem desnecessariamente rebuscada nem é a pior parte do artigo. Ruim mesmo é comparar a média de público da Copa do Brasil deste ano (que utiliza o chamado sistema “mata-mata”) com a média de público do Brasileirão 2007, como forma de referendar os pontos corridos.

É preciso cautela e coerência nesse tipo de comparação. Primeiro porque Estatística é aquela ciência que, se um sujeito come quatro frangos e o outro come nenhum, a média vai dizer que cada um comeu dois. Segundo, porque para comparar duas coisas matematicamente é preciso que essas duas coisas tenham equivalência. Ou alguém acha válido comparar o desempenho de carro da Stock Car com um da Fórmula 1 e ainda utilizar isso para dizer que um tem mais potência que o outro?

Então, comparar uma competição que tem 64 clubes, escolhidos por critérios não muito evidentes para o consumidor (ou torcedor, se preferir) com outra que reúne os 20 maiores clubes do país não é válido. Ou alguém realmente acredita que uma competição que conta com a Associação Desportiva Senador Guiomard (também “conhecida” como Adesg/AC), Baré/RR, Barras/PI, Olímpico Pirambu/SE Coxim/MS ou Vilavelhense/ES possa realmente ser um sucesso absoluto de público? Então, se o Brasileirão 2007 tem “16.250 torcedores por jogo, e está crescendo, enquanto a Copa do Brasil fechou com 10.663 espectadores por partida” como afirmou Koff, tenho para mim que não foi por causa do sistema de uma competição ou de outra. A diferença escandalosa é que uma delas prima pelo critério técnico – não por acaso chamada de “elite do futebol brasileiro”. A outra parece mais com um instrumento político, da mesma forma que a Arena - partido conservador criado para apoiar o governo ditador aqui no Brasil - fazia. “Onde a Arena vai mal, um time no nacional”.

Sinceramente, Koff, nunca vi um torcedor ir ao estádio para ver “um sistema de pontos corridos”. Torcedor vai ao estádio para ver bons jogos, bons jogadores, bons espetáculos. O mata-mata é emocionante sim. Mas não quando realizado entre times e clubes que já estão mortos há muito tempo. Há meios melhores de defender os pontos corridos. Só não entra na minha cabeça que a defesa misture alhos e bugalhos.
Imagem: Montagem Glaucia Marques

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