Site Meter Sem Salto Alto: 16/03/2008 - 23/03/2008

terça-feira, março 18, 2008

Bola na rede – e não é a do gol

Rhain Davis: vídeo no YouTube foi atalho para o Manchester United

O futebol é pouco afeito a mudanças. Nem a Fifa nem a International Board - que determina as regras do esporte - promoveram grandes alterações nas leis. Utilização de recursos eletrônicos, reversão da decisão de juízes e outras idéias estão longe de serem aprovadas ou levadas a sério por quem comanda o futebol. Mas tem um elemento que pode sim, dar novos elementos a este esporte. Neste momento, já o tira da mesmice e futuramente, quem sabe, pode revolucioná-lo. Que elemento é este? A Internet.

É na rede mundial de computadores que a bola tem rolado de forma diferente. A tabelinha entre futebol e Internet é cada vez mais freqüente. O início do “casamento” talvez tenha sido as TVs exclusivas dos clubes, assistidas por internautas assinantes.

Ultimamente, vários jogadores já utilizam a rede como atalho para chegar aos clubes. O australiano Rhain Davis, de 9 anos, não me deixa mentir. Seu vídeo foi acessado por milhares de pessoas e, após ser apontado por muitos como o novo “Wayne Rooney”, foi contratado pelo Manchester United.

Em novembro do ano passado, o Hapoel Kiryat Shalom adotou uma forma diferente de interação com os torcedores. Por meio de um site, é possível votar na estrutura tática e na escalação da equipe. O técnico real existe – mas ele segue as decisões dos internautas. Outra iniciativa em relação a clubes foi do site My Football Club, que lançou a idéia de comprar um clube de verdade com o dinheiro que seria arrecadado com os membros cadastrados. No ar desde abril de 2007, a proposta foi concluída com sucesso em fevereiro deste ano, quando o Ebbsfleet United foi comprado pelo site e desde então, tem sido administrado pelos acionistas. Projeto semelhante surgiu aqui no Brasil, com o “Meu Time de Futebol”.

A praticidade da rede também será adotada pela Fifa para agilizar a documentação de transferência internacional dos jogadores. A partir de março, a entidade colocará no ar uma versão teste do “Transfer Matching System”, que também será utilizado para gerar transparência em negociações entre clubes de diferentes países. Num primeiro momento, o sistema englobará apenas vinte federações filiadas à entidade e cerca de 170 clubes.

A Internet entrou em campo com tudo. Seja no âmbito técnico, administrativo, tático ou comercial, é uma ferramenta que não pode deixar de ser utilizada por clubes, jogadores, profissionais do futebol ou dirigentes. Mais do que um meio de comunicação, ela é um indicador de tendências – e conseqüentemente, de oportunidades – que podem gerar um aumento em dois importantes ativos do futebol atual: fãs e renda alternativa.
Tomara que os clubes brasileiros atentem para isso com carinho. Afinal, no campo ou fora dele, é importante colocar a bola na rede.