
A moda começou nos anos 90. Não tenho estatísticas sobre o tema, mas a primeira vez que vi algo do gênero foi em 1991. Flamengo e Botafogo decidiram a Taça Rio (2º turno do Estadual) e o atacante rubro-negro Gaúcho prometeu fazer o gol Xuxa, que garantiria “beijinho, beijinho, tchau, tchau” ao adversário. Gaúcho fez o gol e a dança tirando sarro do adversário. Ele mesmo faria isso mais vezes – dançando ou apenas batizando gols com irreverência.
Daí em diante, a lista de jogadores que aderiram ao modismo foi grande, interminável. Até empresas aproveitam a onda para aparecerem, como foi o caso do da Brahma (com o gesto de número 1 feito por vários jogadores do Brasil em 1994) ou da Nike, que pediu aos jogadores que patrocina para imitarem o gesto usado por Ronaldo Fenômeno como forma de dar força ao jogador a superar sua mais nova contusão (Fábio Luciano, do Flamengo, assim o fez, contra o Vasco). Exemplos não faltariam.
E a cada rodada, a cena se repete nos gramados. Fulano faz gol, lá vem uma dancinha. Beltrano marcou? Um gesto coreografado. X cruzou para Y abrir o placar? Pintam os trenzinhos, os passinhos de funk, samba, cumbia, forró ou coisa que valha. Sem contar os recados apaixonados para a mãe, o pai, a esposa, o filho, o papagaio, em conversas com a câmera atrás do gol.
O que me impressiona é que os jogadores de futebol só se preocupem em passar mensagens para as câmeras ou só queiram ser criativos quando comemoram um gol. Diante de um microfone, a maior parte deles não têm nada diferente a falar. Gaguejam, abusam dos chavões, erram conjugação. Imagem? Ah, importa só aquela da hora do gol.
Grande erro. Não só porque é tênue a fronteira entre irreverência e provocação. Mas principalmente porque o que era original, agora é lugar-comum. Tenho saudades do tempo que o jogador que marcava se deixava levar pela mesma emoção do torcedor. Gritava, corria, levantava os braços, se jogava na grama, se entregava ao inexprimível. Coreografia é coisa de caso pensado e a emoção do gol, para mim, passa longe do racional.
O zagueiro Ronaldo Angelim, convocado a fazer a “Dança do Créu” ao marcar o gol da vitória do Flamengo contra o Vasco, declarou: “Dançar o créu não leva a nada. Tem que respeitar o adversário”. Não só o adversário, mas a torcida também. Quisesse eu ver tantos passos de dança, iria ao balé. Até agora, a tal dança só deu “créu” na minha paciência.
E a cada rodada, a cena se repete nos gramados. Fulano faz gol, lá vem uma dancinha. Beltrano marcou? Um gesto coreografado. X cruzou para Y abrir o placar? Pintam os trenzinhos, os passinhos de funk, samba, cumbia, forró ou coisa que valha. Sem contar os recados apaixonados para a mãe, o pai, a esposa, o filho, o papagaio, em conversas com a câmera atrás do gol.
O que me impressiona é que os jogadores de futebol só se preocupem em passar mensagens para as câmeras ou só queiram ser criativos quando comemoram um gol. Diante de um microfone, a maior parte deles não têm nada diferente a falar. Gaguejam, abusam dos chavões, erram conjugação. Imagem? Ah, importa só aquela da hora do gol.
Grande erro. Não só porque é tênue a fronteira entre irreverência e provocação. Mas principalmente porque o que era original, agora é lugar-comum. Tenho saudades do tempo que o jogador que marcava se deixava levar pela mesma emoção do torcedor. Gritava, corria, levantava os braços, se jogava na grama, se entregava ao inexprimível. Coreografia é coisa de caso pensado e a emoção do gol, para mim, passa longe do racional.
O zagueiro Ronaldo Angelim, convocado a fazer a “Dança do Créu” ao marcar o gol da vitória do Flamengo contra o Vasco, declarou: “Dançar o créu não leva a nada. Tem que respeitar o adversário”. Não só o adversário, mas a torcida também. Quisesse eu ver tantos passos de dança, iria ao balé. Até agora, a tal dança só deu “créu” na minha paciência.
Foto: Marcia Feitosa/FOTOCOM.NET