Site Meter Sem Salto Alto: 15/04/2007 - 22/04/2007

quarta-feira, abril 18, 2007

O novo “MESSIas” do futebol-arte

Sou brasileira, ele é argentino. Mas isso não é suficiente para que eu deixe de admirá-lo. Quando digo que Lionel Messi ainda terá o mundo a seus pés, não é exagero. Isso acontecerá, de fato, porque a Terra é redonda. Igual à bola. E Messi faz com a bola o que quiser: é, sem dúvida, um artista raro, um jogador destinado a produzir antologia.

O golaço que fez pelo Barcelona contra o Getafe, nas semifinais da Copa do Rei, é do tipo que entra para uma seleta galeria de obras-primas do futebol mundial. Aliás, que bom que a competição tem o nome de “Copa do Rei”. Nada mais adequado para aquele que é o novo “MESSIas” do futebol-arte.



Até quando?


Acabava de postar meu último texto e vou à página do Lancenet. Destaque da home: "Nova eleição está cancelada". Se referia, claro, ao imbróglio político no Vasco. "Eurico e seus Mirandas" aprontam mais uma.

É, parece que vai ser preciso mais do que cartas de navegação e uma boa caravela para esse Vasco da Gama encontrar um caminho em meio às águas turbulentas e nada límpidas no mar da politicagem do clube.
***
Tão ruim quanto isso, é ler no jornal "O Globo", de 16 de abril, na notícia "Vasco deve anunciar hoje nome do técnico", o seguinte trecho:
"(...) Antônio Lopes está cotado, mas depende da aprovação de Romário - o técnico vetou a ida do craque para o Corinthians em 2005."
Depende da aprovação de Romário? L-A-S-T-I-M-Á-V-E-L! Vamos ver quanto tempo dura o fantoche da vez, o 'escolhido' Celso Roth.
Foto: Reprodução Lancenet!

A vaia






Uma crise acontece quando um modelo antigo não existe mais e o novo não existe ainda. Isso resume bem o estágio do futebol brasileiro. Não é nem profissional, nem amador. Dirigentes e jogadores se esmeram em discursos e cifras para pregar o profissionalismo; mas no fundo – ou às vezes no ‘raso’ mesmo – agem e desejam o amadorismo.


Exemplo? Vejam o comportamento do meia Zé Roberto, do Botafogo. Na primeira partida da final da Taça Rio, o time alvinegro empatou em 2 a 2 com a Cabofriense. Zé Roberto, um dos ídolos do time na atualidade e cobiçado por alguns clubes no início de temporada jogou mal. Acabou substituído por dores musculares. Mas na substituição, veio a vaia. E com a vaia, veio o chilique:

- A torcida cobra mesmo, mas por tudo que fiz pelo Botafogo não deveria ser assim. Agora ela me ajudou a decidir. Já que não está satisfeita, vou procurar outro lugar. Essa vaia serviu para eu tomar uma decisão na minha vida.



Sim. Zé Roberto acha que não pode ser vaiado. Nunca. Nem quando joga mal. Não quero ser injusta, então, vou além: não é só ele que pensa assim. Noventa e nove por cento dos jogadores agem e pensam da mesma forma. Foram vaiados? Birra. O técnico substituiu por opção tática? Xingamentos, gesticulação acirrada, cara feia. Levou o vermelho porque mandou o juiz para aquele lugar ou porque imitou Bruce Lee num carrinho? Reclamação, protestos contra a injustiça, discurso ‘é-por-isso-que-o-futebol-tá-assim’. Repetitivo, não?



O que transparece é que jogador de futebol nunca está errado. É sempre o ser mais inocente do planeta e o melhor intencionado também. Torcedores, dirigentes, jornalistas, técnicos e juízes são todos injustos, canalhas, desequilibrados e todas as variações possíveis desses adjetivos.



Verdade que no futebol torcedor, dirigente, jornalista, técnico e juiz nem sempre são exemplos de nada. Porém, esse misto de vaidade e birra dos jogadores não ajuda. Querem cobrar profissionalismo? Reclamar dos salários atrasados, dos erros clamorosos da arbitragem? Dos torcedores que invadem treinos, CTs, quebram carros? Dos jornalistas duas caras e dos técnicos idem? Sou a primeira a puxar o coro. Mas não batam o pezinho que calça a chuteira colorida quando a vaia vem. Não cruzem os braços e digam que não querem mais brincar disso. Porque soa como incoerência, imaturidade. Soa como saudade do paternalismo típico do amadorismo. Resumindo: não é profissional. E quem não age como um profissional, não pode clamar pelo profissionalismo.



A vaia, principalmente ao próprio time ou aos próprios jogadores, é um direito do torcedor de verdade. Porque torcedor de verdade vai ao estádio com a intenção de aplaudir, de exaltar. Se não exalta, se apela para a vaia, ninguém pode criticar. Só quem já vaiou o próprio time quando esperava aplaudir e vibrar pode entender que a vaia dói mesmo não é em quem recebe; é em quem faz.

Foto: Gazeta Esportiva