Site Meter Sem Salto Alto: 23/03/2008 - 30/03/2008

quinta-feira, março 27, 2008

O dono da América

 Palácio gastou a bola contra o Colo Colo e o Boca Jrs continua vivo Palácio gastou a bola contra o Colo Colo e o Boca Jrs continua vivo
A Libertadores andava me devendo alguns créditos de bom futebol por eu ter suportado bravamente os penosos noventa minutos de Coronel Bolognesi x Cienciano. Pois a dívida foi paga, com todos os bônus possíveis, apenas dois dias depois da pelada peruana. Nesta quinta, Boca Juniors e Colo Colo protagonizaram um jogão – daqueles que uma apaixonada como eu agradece por ter assistido. Isso porque ver uma partida dessas me tira do lugar de mera espectadora para o posto de testemunha da história.

Talvez seja exagero, talvez não. Mas foi um jogo histórico. O Boca precisava vencer e desde o início, pressionou o adversário. Aos 22 minutos, o time argentino perdeu Monzon, após falta violenta e infantil do lateral. Logo depois, o Colo Colo foi ao ataque pela primeira vez e abriu vantagem.

Com um a menos no campo e no placar, dava para pensar que o Boca se perderia. Não foi o que se viu. Nem era possível notar que estavam com dez jogadores. Mais uma vez, os argentinos foram para cima. Tiveram um pênalti marcado, que Palermo desperdiçou. Mesmo Palermo que, logo depois, conseguiu o empate com um gol de pura raça.

Em outro contra-ataque, os chilenos marcaram o segundo no finalzinho do primeiro tempo. Voltaram do intervalo achando que poderiam segurar o resultado. É, poderiam... Se tivessem conseguido segurar o Boca e a própria covardia em não tentar mais o ataque.

O empate veio antes dos cinco minutos com Gracián. A virada, num golaço de Rodrigo Palácio, aos 20. Só a desvantagem fez o Colo Colo sair para o jogo. E com tanto perigo, que não entendo porque não tentaram isso antes. O jogo já estava perto do fim, quando o Boca fez o quarto. E lá foi o Colo Colo fazer o terceiro. Terminou 4 a 3 para os donos da Bombonera.

O apito final não marcou somente o fim de uma partida que vai ficar muito tempo na memória; marcou também a noite em que o Colo Colo teve a oportunidade de sepultar o Boca Juniors na competição. E talvez esse tenha sido um erro imperdoável para os chilenos – que podem não conseguir a classificação para a fase do mata-mata – como para todos os outros times que buscam o título. O Boca Juniors mostrou que a América do Sul tem dono. E quem quiser conquistá-la, não pode simplesmente ignorar essa força.
Foto: Olé

quarta-feira, março 26, 2008

O pior lado da Libertadores

Junte uma crise de enxaqueca com pouca vontade de dormir e um jogo de futebol atrás do outro na TV. Pronto: temos a receita que explica porque fiquei acordada até de madrugada vendo o Coronel Bolognesi enfrentar o Cienciano pela Libertadores.

Há tempos não via algo tão ruim. Os dois times são muito fracos, tão fracos que, em alguns momentos do jogo, fiquei reparando nos torcedores que lá estavam. Não que eles estivessem promovendo um espetáculo ou empurrando os times a qualquer custo. Mas exatamente pela passividade com que assistiam à partida. Até a platéia do desfile do Dia da Independência vibra mais. É certo que o jogo não teve mesmo muitos momentos brilhantes. Mas já que compraram ingresso... Não precisavam agir como membros de um cortejo fúnebre – apesar do futebol morto-vivo que rolava em campo.

Eu não esperava muito mesmo. Talvez esperasse mais vontade das equipes, já que outros times fracos que estão na competição pelo menos atuam de forma menos letárgica. Por mim, as duas equipes peruanas deviam pagar – e caro – para entrar numa Libertadores. Pelo futebolzinho que têm, deveriam, no máximo, disputar o Estadual do Rio – e isso está longe de ser um elogio. Que Flamengo e Nacional tenham vergonha de garantirem as vagas do grupo 4 para que, na minha próxima madrugada vigilante, eu possa ver joguinhos melhores.