Site Meter Sem Salto Alto: 01/06/2008 - 08/06/2008

domingo, junho 01, 2008

Quem agüenta?

Mais um papelão protagonizado pelo Botafogo...

Desde que acompanho futebol, escuto a frase “há coisas que só acontecem ao Botafogo”. Ela faz parte do folclore do esporte, do clube e até da torcida alvinegra. Mas ultimamente, a frase poderia mudar para “há coisas que só o Botafogo faz acontecer”. E pior: não são coisas positivas.

O jogo deste domingo, contra o Náutico, foi mais um exemplo dos recentes episódios lamentáveis que o clube carioca tem protagonizado. Desta vez, um lance de jogo – o zagueiro André Luiz recebeu o segundo cartão amarelo e, conseqüentemente, foi expulso – foi o gatilho para uma sucessão de erros.
Justamente expulso, André Luiz saiu fazendo gestos ofensivos, xingando e gesticulando até chutar uma garrafa na beira do campo que atingiu um torcedor do Náutico – aliás, o que este fazia em campo mesmo, hein? Aí veio a troca de empurrões com policiais, a voz de prisão e a cena lamentável do jogador saindo detido do estádio. Vale acrescentar que, na onda do jogador, o presidente Bebeto de Freitas também foi parar na delegacia. Foi apenas mais um dos injustificáveis destemperos vindos de um clube que, há pouco tempo, posicionava-se como uma entidade moderna, liderada por um dirigente sério.

O Botafogo parecia não beber da mesma fonte de clubes e dirigentes atrasados, pequenos e mesquinhos. Parecia ter um compromisso com o novo, com a mudança. Mas foi uma imagem enganosa. A máscara da modernidade caiu em episódios como a eliminação da Copa do Brasil e da Sul-Americana em 2007, o chororó na final da Taça Guanabara deste ano e a atitude absolutamente desnecessária de André Luiz nesta quarta rodada do Brasileiro. São tantas as cenas lamentáveis, que me pergunto se num futuro bem próximo, o alvinegro carioca comece a carregar na bagagem uma certa antipatia dos outros torcedores, dirigentes, clubes e até adversários em campo.

Dizem que, em campeonato de pontos corridos, ganha quem tem mais garrafa vazia para vender. Mas se substituíssemos as garrafas vazias por papelão, já teríamos um favorito...