Site Meter Sem Salto Alto: 04/02/2007 - 11/02/2007

quarta-feira, fevereiro 07, 2007

E o visual do Dunga?


Pior do que o desempenho do Brasil em campo, só a camisa do Dunga... É muito, muito, muito tênue o limite entre o horror e o fashion...

Foto: Efe/UOL

Ora pois...


Uns poucos lampejos de futebol. Uma bola na trave chutada por Lúcio. Dois gols sofridos em bobeiras da zaga e a primeira derrota de Dunga no comando da seleção. O que ficou claro hoje é que o Brasil ainda não se encontrou. Podem falar que a culpa foi dos desfalques de última hora de Ronaldinho Gaúcho, Alex e Robinho.
Mas nem acredito muito nisso, já que dos três citados, quem pode realmente fazer diferença em campo provavelmente ficaria no banco. E esse é o absurdo maior: podem dizer que Ronaldinho Gaúcho não rende na seleção, isso e aquilo. Mas atualmente, quem rende? Quem tem desequilibrado com a amarelinha? Quem? Ninguém. Nenhum jogador que vem sendo chamado (e escalado) tem feito chover e relampejar, como sempre exigem que o Gaúcho faça todos os dias, todos os jogos, todos os anos.
Pelo futebol que o Brasil mostrou, sou Ronaldinho Gaúcho e mais dez. Porque com ele, pelo menos vem sempre a esperança de sair algo de bom. Confesso: torci pelo Felipão, ora pois.

Foto: Efe/Uol

segunda-feira, fevereiro 05, 2007

DNA ou loteria?

Uma das notícias que mais me chamou atenção no último fim de semana foi a de uma mulher que está pedindo DNA de seis (!!!) jogadores para saber quem é o pai de um bebê que acabou de nascer.

A jovem é italiana, trabalha como garçonete e mora em Merano, província de Bolzano. Além dos seis (!!!) jogadores de futebol, dois empresários e um vereador fazem parte da lista de ‘candidatos’. A cidade, que tem 35 mil habitantes, está tão ansiosa pelo resultado e por saber quem é o ‘sortudo’ que já promove até um bolão. Na boa, é DNA ou loteria?

A imprensa e o mea culpa


Mea culpa. O significado desta expressão latina é bem conhecido: “por minha culpa; locução encontrada no ato de confissão e que se aplica nos casos em que a pessoa reconhece os próprios erros”. Não vejo nada mais aplicável à imprensa esportiva, principalmente a espanhola, no que se refere ao imbróglio em que se encontra o “Real Madrid”.

Na semana passada, após a ida de Ronaldo para o Milan, o jornal Sport não mediu palavras: nomeou o Fenômeno como ‘mercenário’, por ter atuado por quatro clubes em 11 anos. O argumento, em si, já seria insustentável: se os jogadores vão e vêm dos clubes sem criar vínculo algum, muito se deve ao mercantilismo da bola, largamente difundido principalmente pelos clubes europeus (Real Madrid e Chelsea podem encabeçar a lista). Sem pensar muito, lembro o nome de Fernando Morientes, que em quatro anos (de 2003 a 2007), atuou em quatro clubes (Real Madrid, Mônaco, Liverpool e Valencia). Ronaldo é mercenário? Acho que não, Sport. Outros dois diários esportivos espanhóis, apesar de pegarem leve com Ronaldo em sua saída, vinham culpando o brasileiro e sua “gordura” pelos maus resultados do time merengue.Nesta segunda (05/02), após a rodada do fim de semana na qual o Real Madrid perdeu por 1 a 0 para o Levante (prazer, meu nome é Glaucia) dentro do Santiago Barnabéu, os três diários esportivos apontaram o culpado em suas capas: Fábio Capello. O Ás afirmou com todas as letras: “Todos os seus tiros (de Capello) saíram pela culatra. Entre os méritos dele está o de ter feito de Ronaldo um santo. O nome do atacante apareceu em meio aos lamentos dos torcedores, que, tão castigados pelos fracassos, acostumaram-se a fazer por menos o mês anterior, quando éramos gordos, mas felizes, ou ainda o anterior a esse, quando éramos irritados, mas esperançosos”.


Não defendo Capello; ao contrário, acho que ele agiu de forma arrogante e desrespeitosa com um ídolo com a história de Ronaldo. Independente da forma atual, por tudo que já fez e passou no futebol, o atacante merecia sim, mais respeito.

Mas... o que dizer da atitude da imprensa? Até quando os veículos, colunistas, repórteres vão nomear bruxas e promover caça às mesmas em suas páginas, de forma tão incisiva (e cruel)? E isso não é ‘privilégio’ da imprensa espanhola; a imprensa esportiva mundial cria mitos da noite para o dia, molda pés de barro para jogadores, técnicos e equipes, numa espécie de olaria que alia letras e imagens escolhidas a dedo para explorar a paixão dos torcedores. Basta lembrar que o hoje ‘problemático Real Madrid’ era o ‘galáctico Real Madrid’ (antes mesmo de entrar em campo e ter resultados que justificassem o apelido).

Não seria hora de questionar o papel da imprensa esportiva para a sociedade? Não seria hora de deixar que determinados comportamentos ficassem restritos aos torcedores e não mais aos formadores de opinião?