Site Meter Sem Salto Alto: 23/09/2007 - 30/09/2007

domingo, setembro 23, 2007

Fazendo o canguru-perneta

Meninas do Brasil: o céu é o limite
Verdade que o Brasil fez 2 a 0 e cedeu o empate. Verdade que a Austrália foi melhor boa parte do 2º tempo. Verdade que a zaga falhou e deu um gol para as adversárias. Mas a verdade também que em nenhum momento, as brasileiras perderam a cabeça ou deixaram de jogar futebol.

Valeu por tudo: pelos gols sofridos (sim, detesto essa coisa de ter a defesa zerada, tomar um golzinho só e voltar para casa); valeu pelo teste psicológico (abrir vantagem, perdê-la e sair novamente para fazer o resultado) e claro, valeu pela vaga na semifinal.

Agora, restam quatro equipes: a Noruega, a Alemanha, os EUA e o Brasil. Brasil, único time dos quatro que ainda não foi campeão mundial feminino. Brasil, de Marta, Cristiane, Formiga, Renata Costa, Andréia. Brasil, pronto para fazer história. Brasil que fez o canguru-perneta e bateu a Austrália por 3 a 2. As americanas são as próximas adversárias. E Deus queira, as próximas vítimas... Vai Brasil!


Foto: Fifa/Foto-net

A insônia de Carlos Alberto

 Carlos Alberto: a culpa é da insônia? Carlos Alberto: a culpa é da insônia?


Na minha escavação diária por notícias de futebol aqui e acolá, me deparei com a matéria “Noites sem sono de Carlos Alberto perturbam o Werder Bremen”, no UOL. Li com atenção e vi que o ex-meia do Fluminense foi afastado do grupo do seu clube atual por problemas de insônia. Sem conseguir dormir direito, o jogador – que foi a contratação mais cara da história do Werder Bremen, ao custo de € 8,5 milhões – não está rendendo em campo o que os dirigentes alemães esperavam e será encaminhado para especialistas para resolver isso.

Não vou falar sobre o diagnóstico ou discutir as possíveis causas da falta de sono dele para não ser leviana. Mas a notícia me causa surpresa sim. Porque há muito tempo, Carlos Alberto dorme. Em campo.

Apontado como revelação e craque já nos primeiros jogos como profissional no Tricolor carioca, Carlos Alberto foi incensado por torcedores e pela imprensa desde cedo. E talvez por isso, achou-se no direito de sentir-se maior do que de fato é. Podem até listar os títulos que ele conquistou. Para mim, nem sempre quer dizer muito – basta dizer que Zico não tem uma Copa do Mundo no currículo e o Vampeta tem.

Ele foi para o Porto e não mostrou serviço. Culparam a adaptação. Repatriado pelo Corinthians/MSI, foi campeão brasileiro muito mais às custas de Tevez e Nilmar que por seu próprio brilho. Voltou ao Fluminense (campeão da Copa do Brasil em 2007), mas o tricolor jogava melhor quando ele não jogava. Carlos Alberto dormia em campo. Foi bastante vaiado. Só acordava para correr na ponta dos pés como uma bailarina que se arrisca a jogar bola; mas não bailava. Tocado, caía já olhando para o juiz e xingando meio mundo. Craque como acha que é, deve pensar que as defesas tinham obrigação de se abrir diante dele como o Mar Vermelho abriu para Moisés. Tentava jogadas de efeito, como se o passe objetivo – mas bem feito – fosse algo menor. Passou a se preocupar mais com a variação de penteados e menos com a variação de jogadas e a evolução do seu futebol.

Daí meu espanto ao ver que o Werder Bremen se preocupa em fazer Carlos Alberto dormir. Eu já acho que o melhor que ele faz é acordar. Acordar para a vida, para a carreira, para as oportunidades. Acordar do sonho de achar que é um craque, quando é – no máximo – um bom jogador. Acordar antes que caia da cama e se transforme num novo Roger: um meia que também despontou no Flu, foi apontado como craque e ainda hoje, aos 29 anos, não passa de uma “promessa”.
Foto: Gazeta Online