Site Meter Sem Salto Alto: Quando a vida der um limão...

quinta-feira, outubro 05, 2006

Quando a vida der um limão...


Abril de 2005. Para suprir uma carência e gols e da falta de um ídolo no ataque, o Flamengo prometia um reforço de peso para sua torcida. No dia quatro daquele mês, o clube trouxe... Obina. Verdade que a palavra ”peso” que adjetivava a palavra reforço parece ter sido literal demais a princípio... Mas o cara havia se destacado no Vitória na temporada anterior e quem sabe, poderia dar certo.
Jogo ia, jogo vinha e nada do cara se firmar. Foi xingado, hostilizado, vaiado, criticado, ridicularizado. Ficou dois meses sem marcar. Foi afastado para recuperar a forma. O jogo começou a virar quando, contra o Paraná, marcou o gol que garantiu matematicamente a permanência do Flamengo na 1ª divisão.
Abril de 2006. Com um ano no rubro-negro, os jornais anunciavam: “Obina deve deixar o Flamengo”. A Ponte Preta queria. Os dirigentes não se importariam. Nem a torcida... O negócio não fechou. Assim quis o destino, Obina continuou no Fla. Entrava e saía do time; algumas boas atuações; a maioria, nem tanto...
Até o dia 19 de julho. Neste dia, Obina saiu do banco para brilhar. Era a final da Copa do Brasil contra o Vasco e quatro minutos foi o tempo que ele precisou para abrir o placar. Tinha mais. Três minutos depois, roubou bola no meio-campo. Tabelou, recebeu, passou para Léo Moura cruzar para Luizão fazer o segundo. Com a ratificação do título rubro-negro, uma semana depois, Obina já era outro. Caiu nas graças da torcida. Ou melhor: caiu na graça. Com a corrida atrapalhada, mas raçuda; com os gols difíceis que marca e os fáceis que perde; com o jeito folclórico e “Joselito” que diz “Sou iluminado”.
Pipocam homenagens na Internet... Comunidades no Orkut (a mais engraçada delas, Obina Facts, reúne frases engraçadas e sem noção sobre o atacante). A torcida entoa alegremente “ôôô, Obina é melhor que o Eto´o” e “ééé, Obina é melhor que o Pelé”. Parece brincadeira! E é... Marcou três contra o Fortaleza, dois contra o Fluminense. E vai fazendo a torcida cantar feliz. O fato, é que por não se levar tão a sério quanto tantos outros, Obina está conseguindo espaço no coração da maior torcida do Brasil. Não é pouca coisa. Muita gente só tem feito essa torcida chorar, de raiva ou de dor... Obina não.
A torcida recebeu o limão e está fazendo limonada. E Obina, humilde e sedento por suar a camisa, está bebendo com gosto.

Foto: Carlos Mesquita/ Agência "O Dia"

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