Site Meter Sem Salto Alto: Fair play em dois atos

quarta-feira, setembro 19, 2007

Fair play em dois atos



Enquanto por aqui, na “Terra do Futebol-Arte”, o assunto do momento é discutir se a foca do Kerlon deve ou não ser morta a pauladas (com direito a declaração do zagueiro Luiz Alberto, dizendo que ‘arregaçaria o atacante’ e pegaria a bola, ainda que para isso tivesse que dar golpes de capoeira e pegar bola, cabeça e tudo), lá na Inglaterra, duas equipes deram uma lição prática de fair play.

Tudo porque, há três semanas, o jogo entre Nottingham Forest e Leicester City, válido pela Copa da Liga Inglesa, precisou ser suspenso porque o zagueiro Clive Clarke, do Leicester, sofreu um problema cardíaco. A partida foi interrompida quando o Nottingham vencia por 1 a 0, mas ainda assim, ninguém do clube hesitou em suspender a partida visando o bem-estar do atleta adversário. Foi o primeiro ato da lição prática de fair play.

Mas o grande ato ainda estava por vir. Partida remarcada, o Leicester City achou justo deixar o adversário marcar um gol no início da nova partida, restaurando o placar de 1 a 0. Para evitar qualquer suspeita de manipulação de resultados em sites de apostas, os dois clubes acertaram que o goleiro Paul Smith, do Nottingham, marcasse o gol. O lance é bastante inusitado, principalmente porque Smith chega a cumprimentar e ser felicitado pelos adversários enquanto caminha com a bola para abrir o placar.

O Leicester acabou vencendo por 3 a 2 de virada. Mas cá entre nós: em tempos de tanta brutalidade – no futebol e no mundo – penso que o clube sairia vencedor mesmo que não conseguisse virar o placar.

Um comentário:

Anônimo disse...

As declarações de Leão, Luis Alberto e outros "astros" do futebol apenas corrobora o máxima de Napoleão, que disse que o "melhor negócio do mundo seria comprar o homem pelo que ele vale e vendê-lo pelo que ele pensa que vale". Eles devem achar que a torcida vai ao estádio para vê-los, ou que o futebol é uma luta de gladiadores.
O futebol é apenas o espelho de uma nação onde a impunidade impera, a honestidade é muitas vezes encarada como coisa de otário e a lei de Gérson está no inconsciente coletivo.