Site Meter Sem Salto Alto: Ih, Vasco... Deu Gama

quinta-feira, abril 05, 2007

Ih, Vasco... Deu Gama

O milésimo não saiu. Já o Vasco...


Os jogadores passam, trocam de camisa, fazem juras de amor aos times que antes diziam detestar. Mas os clubes não. Os clubes permanecem. Por isso, nenhum dirigente que se preza devia esquecer: onde começam a grandeza e os interesses de um clube, termina a importância de um jogador.

O Vasco precisava lembrar disso para não confundir os objetivos de Romário com os seus.A meta pessoal de Romário acabou se tornando também o objetivo do Vasco, que deveria almejar vitórias e títulos. Uma equação canibalista, onde o maior prejudicado será o clube.

Verdade que Romário é importante. Sua corrida pelo milésimo gol colocou o clube cruzmaltino na mídia, de forma positiva, como há muito não se via. Por conta do gol mil, até patrocínio na camisa o Vasco voltou a ter, depois de longos seis anos “em branco”. Mas qual o custo disso? No caso do patrocínio, especificamente, custou um terço do valor pago pelo patrocinador. Além disso, o contrato é do tipo “tampão”, tiro curto: o vínculo entre as partes termina ainda no primeiro semestre; só será estendido até o fim do ano se – e somente se - o atacante prorrogar a carreira pelo mesmo período. Então, vamos pensar juntos: é um contrato com a instituição Vasco ou com o jogador?

Romário já disse também: depois que estufar a rede pela milésima vez como jogador, pretende viajar, tirar uma folga. O Vasco precisa dele? Isso é um detalhe... Ele treina quando quer, joga quando e (agora também onde) tem vontade.

Aliás, esse é outro exemplo de quanto a relação é nociva. O Baixinho quer que o milésimo saia logo. Só que não pode sair em qualquer estádio: tem que ser no Maracanã. Sim, é o templo do futebol brasileiro. Sim, o ideal é o jogo ser marcado lá. Mas naturalmente... Não mudando os locais das partidas. Na corrida pelo gol mil, Pelé poderia ter marcado na Paraíba, na Bahia... Aconteceu no Rio de Janeiro, no Maracanã? Foi obra do destino, dos deuses do futebol. O Vasco de Romário não é o Santos de Pelé: é um time esforçado e só. Jamais deveria abrir mão de jogar em seu próprio estádio, onde os jogadores treinam todos os dias, conhecem mais o campo que qualquer adversário. Ou São Januário não é digno do milésimo dele? O resultado do capricho foi o que se viu: o Maracanã serviu de palco para uma festa sim. Festa do Gama. Aos 48 minutos do segundo tempo, um outro camisa 11 fez o que se esperava do camisa 11 vascaíno: gol. Camisa 11, aliás, que Eurico garante que será imortalizada: nenhum jogador será digno de vesti-la por lá. E eu que pensava que Roberto Dinamite era o maior ídolo da história vascaína... Se bem que ele, Eurico já expulsou de São Januário uma vez (o mesmo Roberto que, voltando de uma passagem apagada na Europa, não quis jogar no Flamengo para não trair o Vasco). Talvez Eurico tenha esquecido que Romário já usou lencinho branco para limpar as lágrimas vascaínas quando fez um gol pelo Fla.

O Baixinho é grande. Sem dúvidas. Mas será mesmo que o grande Vasco precisa ficar baixinho por ele?

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