Site Meter Sem Salto Alto: Seleção? Não, obrigado...

segunda-feira, junho 11, 2007

Seleção? Não, obrigado...

 Seleção Brasileira: o que ela representa realmente na atualidade? Seleção Brasileira: o que ela representa realmente na atualidade?

Dida disse que não queria mais. Juninho Pernambucano idem. Kaká pediu dispensa. Ronaldinho Gaúcho também. Zé Roberto fez coro e também disse não. O objeto indesejado? A Seleção Brasileira. Imediatamente, surgiram vozes pregando o nacionalismo, o amor à camisa, a devoção incondicional à pátria de chuteiras.

Até quando vamos nos enganar? Se ainda mantém a importância no cenário mundial e a aura vitoriosa, a Seleção Brasileira deixou pelo caminho grande parte de sua mística. Mística que, no Dicionário Houaiss, aparece como “conteúdo de uma idéia, causa, instituição etc., ou a atmosfera ou aura de perfeição, verdade, excelência incontestável que as cerca, despertando nas pessoas respeito, adesão apaixonada, devotamento, sectarismo etc”. Vejam bem as palavras: causa; aura de perfeição; verdade; adesão apaixonada; devotamento. Quantas dela realmente se encaixam naquilo que a Seleção representa hoje?

Não cobrem de Kaká, Ronaldinho ou quem quer que seja um respeito à camisa. Cobrem de quem a tornou objeto de arrecadação desmedida, de quem fez dela um meio de barganha política ou plataformas pessoais. Cobrem de quem marcou amistosos caça-níqueis aos quatro cantos do mundo. Cobrem daquelas pessoas que convocaram jogadores que nunca fizeram jus à história desta camisa amarela e fizeram parecer que esta camisa era acessível a qualquer mortal com um bom empresário e uma boa influência nos bastidores. Cobrem de quem participou do escândalo da CPI da Nike e também de quem deixou que essas pessoas escapassem impunes.

Aliás, se a Seleção Brasileira ainda fosse “A” Seleção, jamais teríamos ouvido tantas teorias conspiratórias sobre a derrota de 98 (a maioria delas baseada em interesses comerciais). Não acredito nelas, mas sei que elas exprimem algo que ainda se nega quando o assunto é Seleção: o dinheiro fala mais alto. Ou há algum registro histórico de balela parecida a respeito da Copa de 50?

Não, não condenem quem pede para não jogar pela Seleção; condenem aqueles que jogam contra ela, mesmo quando vestem esta camisa.
Foto: montagem Glaucia Marques

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